Avançar para o conteúdo principal

A União e a Paz-I

 Alianças para um Mundo Incerto A urgência da Cooperação Estratégica Euro-Atlântica e Global.

Em foco:

O passado e o presente

Reforço das alianças tradicionais 

A Europa e a segurança internacional

Segurança e progresso sócio-económico


Robert Schuman afirmou em 1952:

“O contributo que uma Europa viva e organizada pode dar à civilização é indispensável para a manutenção de relações pacíficas.”

Mais de setenta anos depois, estas palavras continuam a ecoar com actualidade e pujança renovadas. A União Europeia, apesar das feridas profundas da sua história e das tensões que enfrentou desde a sua criação, tem conseguido construir um espaço político único assente na coexistência pacífica, na dignidade humana e na melhoria contínua das condições de vida.
Contudo, vivemos num tempo em que a ordem internacional se torna simultaneamente mais incerta e insegura,  com a ascensão da força ao poder.
As democracias liberais enfrentam pressões externas, campanhas de desinformação, agressões territoriais, terrorismo híbrido, tráfico humano, migrações descontroladas e a crescente instrumentalização da tecnologia como arma intrusiva.
Neste contexto, a UE não pode permanecer limitada e bloqueada — nem política, nem militarmente.
A urgência de reforçar alianças
A ambição do projecto europeu tornou-se demasiado relevante despertando a cobiça de regimes autoritários, manifesta no recurso à coerção económica e militar assente no poder dominante.
Para preservar o seu modelo de sociedade — livre, próspero e democrático — a UE precisa de reforçar as suas alianças tradicionais e aprofundar novas parcerias que respondam aos desafios globais.
Segurança, significa hoje, mais do que nunca, proteger a paz e o modo de vida.

A Europa como actor responsável na segurança internacional
A UE consolidou-se como um pilar essencial da estabilidade internacional. Coopera ativamente com a ONU, mantém uma relação vital com a NATO para a defesa euro-atlântica, e reforça continuamente a coordenação entre os seus Estados-Membros através do Comité Político e de Segurança — órgão que acompanha crises internacionais, supervisiona missões civis e militares e garante a coerência das decisões estratégicas.
Além disso, o Centro de Satélites da União Europeia (SatCen) fornece análises geoespaciais de alta precisão utilizadas em operações de gestão de crises, controlo de fronteiras, vigilância marítima e proteção de infraestruturas críticas — um instrumento discreto, mas decisivo, da segurança europeia moderna.
Uma rede de alianças que protege os cidadãos
A UE tem vindo a desenvolver parcerias de segurança e defesa com aliados que partilham valores democráticos, incluindo:
• Estados Unidos
• Canadá
• Reino Unido
• Japão
• Coreia do Sul
• Austrália
• Nova Zelândia
• Israel
• Índia
• Países da América Latina e do Sudeste Asiático (excluindo China em matéria de segurança sensível)
Estas alianças não são meros exercícios diplomáticos. Elas resultam em benefícios reais para os cidadãos europeus.
É imperativo alargar e reforçar estas alianças.
Mais segurança interna
Cooperação contra terrorismo, crime organizado, ciberataques e ameaças híbridas exigem um controlo mais avançado das fronteiras externas e internas.
Forças Armadas mais bem preparadas
Interoperabilidade, treino conjunto e partilha de capacidades militares avançadas.
Segurança e estabilidade económica
A segurança é a face invisível do desenvolvimento, do investimento, da coesão sócio-económica e da confiança dos cidadãos.
Proteção das rotas marítimas e comerciais
Essencial para assegurar os fluxos logísticos da defesa, abastecimento energético e alimentar.
Maior influência diplomática global
Urgente aprofundamento dos acordos com parceiros democráticos conferindo maior eficácia à diplomacia.
Concluir o que começámos
O projecto europeu sempre foi uma construção de paz e cooperação. Mas, para continuar a sê-lo, precisa de:
• reforçar alianças tradicionais
• criar novas parcerias estratégicas
• investir em defesa, resiliência tecnológica e segurança energética
• proteger o seu modelo social e económico
Num mundo turbulento, a Europa só poderá preservar a sua identidade  baseada na valorização do factor humano e do progresso social, se continuar a fortalecer as suas Instituições e fortalecer a cooperação com aliados que partilham os mesmos valores de segurança, liberdade e dignidade.
É essa malha de alianças — euro-atlântica e global — que garantirá não apenas a nossa segurança, mas também a qualidade de vida, a estabilidade económica e a paz que as gerações futuras merecem.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Nova União Europeia

O Projecto Europeu, tem enfrentado desde o seu nascimento, desafios significativos mas não da magnitude das ameaças atuais de inimigos internos e externos, necessitando do nosso envolvimento activo.  Questões como: Governação, Defesa, Segurança externa/interna, cooperação regional, bem-estar colectivo e reforço de alianças regionais internas e globais, exigem mais participação cidadã - essencial  para a  afirmação global da nossa União. Criei o blog   neweunow.eu   como um espaço aberto para partilhar ideias e identificar acções colectivas que envolvam amplamente cidadãos de todos os estratos sociais que vêem na União Europeia uma criação política impar na preservação  de valores: pacifistas, democráticos, liberais e humanistas. Vamos criar uma comunidade de participantes alargada, interessada em discutir, de forma construtiva, que Europa queremos. Fico-vos muito grato pela vossa participação construtiva.

Cooperação Reforçada

Em foco: Referendo e futuro comum dos povos da União Porquê o referendo  Caracterização da União de Cooperação Reforçada Esclarecimento e envolvimento dos cidadãos. Um referendo para o futuro comum dos povos europeus. A União Europeia enfrenta desafios globais que exigem decisões firmes, coerentes e céleres. O atual modelo de soberanias nacionais, têm revelado limitações que dificultam respostas eficazes em momentos de crise. Por isso, defendemos a realização de um Referendo Europeu(UE) que permita aos cidadãos pronunciarem-se sobre a adesão dos atuais e futuros Estados-Membros a uma União de Cooperação Reforçada (UCR), uma União pré-federada, voluntária, que preserve a diversidade nacional mas atue com uma só voz nos domínios essenciais ao nosso bem comum, decidindo por maioria simples ou qualificada. Porquê este referendo? A União precisa consolidar-se politicamente para afirmar a seu potencial: político, democrático e moral face às ameaças internas e externas. Uma União Reforçad...

Plano de Paz

Eleições presidenciais na Ucrânia e a falácia da ilegitimidade A Ucrânia é, desde fevereiro de 2022, vítima de uma agressão armada ilegal , conduzida pela Federação Russa, precedida de anos de ações híbridas, militares e paramilitares, destinadas a desestabilizar o Estado ucraniano e fragmentar a sua soberania territorial. Apesar desse contexto extremo, a Ucrânia permanece um Estado de direito , regido pela sua Constituição e pelo direito internacional. 1. O quadro jurídico interno Nos termos da Constituição da Ucrânia : • O Presidente da República exerce funções até à tomada de posse do seu sucessor (art.º 108). • Em situação de lei marcial , é constitucionalmente proibida a realização de eleições presidenciais e legislativas (art.º 83 e Lei da Lei Marcial). A Ucrânia encontra-se sob lei marcial desde 24 de fevereiro de 2022 , declarada legalmente após a invasão em grande escala do seu território soberano. Essa lei foi regularmente renovada pelo Conselho Supremo (Verkhovna Ra...